Segunda à Sexta das 07h30 às 19h e Sábados das 07h30 às 12h

Hepatite Viral

Especialidades

endoscópio

Gastroenterologia

Especialidade médica que trata das doenças e distúrbios do sistema digestivo, incluindo o esôfago, estômago, intestinos, fígado, vesícula biliar e pâncreas. Os gastroenterologistas realizam exames como endoscopia e colonoscopia para diagnosticar e tratar condições como refluxo, úlceras, doenças inflamatórias intestinais e câncer.

Coloproctologia

A coloproctologia é uma subespecialidade da gastroenterologia que se concentra nas doenças e distúrbios do cólon (intestino grosso), reto e ânus. Os coloproctologistas tratam condições como hemorroidas, fissuras anais, doenças inflamatórias intestinais, pólipos e câncer colorretal. Eles realizam exames como colonoscopia e retossigmoidoscopia para diagnosticar e tratar essas condições.

Doença hepática

Hepatologia

A hepatologia é a especialidade médica que se concentra nas doenças do fígado, vesícula biliar e ductos biliares. Os hepatologistas tratam condições como hepatite, cirrose, cálculos biliares, doenças hepáticas gordurosas e câncer de fígado. Eles utilizam exames como ultrassonografia, biópsia hepática e endoscopia para diagnosticar e monitorar essas condições, além de fornecer tratamentos adequados.

blankHepatite viral é uma inflamação do fígado causada por vírus. Os vírus que mais comumente causam hepatites são os da Hepatite A (VHA), da Hepatite B (VHB) e da Hepatite C (VHC). Na maioria das vezes as hepatites virais só são diagnosticadas em exames de rotina, pois somente alguns casos evoluem com o aparecimento de sintomas inespecíficos (mal estar, náuseas, fraqueza, febre e dor no corpo) e/ou específicos (pele e olhos amarelados, urina escura, fezes esbranquiçadas, dor na região do fígado). As hepatites B e C podem se tornar crônicas podendo levar ao desenvolvimento de cirrose hepática e câncer de fígado.

Hepatite A:

É uma doença aguda do fígado, causada pelo vírus da hepatite A (HAV). A transmissão é feita por água e alimentos contaminados (transmissão fecal-oral). Mais da metade dos doentes podem ser assintomáticos. Os sintomas mais comuns são febre, dor abdominal, náuseas, além de icterícia. Em 99% dos casos segue-se a recuperação e cura sem problemas. Em 1% dos casos os sintomas podem ser muito mais graves e rápidos caracterizando a hepatite fulminante. Na hepatite A não há casos de doença crônica.

O diagnóstico é confirmado através de exames de sangue onde são detectadas alterações de enzimas hepáticas e anticorpos contra o vírus da Hepatite A (Anti HAV IgM).

Não há tratamento específico. Quando necessário, usam-se medicamentos sintomáticos. Não cabem restrições alimentares. Deve-se evitar o consumo de álcool e de medicações sem orientação médica. Os casos de hepatite fulminante necessitam de cuidados hospitalares intensivos e podem requerer transplante de fígado como única forma de tratamento.

As medidas gerais para a prevenção da hepatite A são higiênicas. As vacinas com o vírus inativado se mostraram seguras e eficazes, conferindo proteção de 94-100%.

Hepatite B:

A hepatite B é uma doença infecciosa causada pelo vírus da Hepatite B (HBV). As transfusões de sangue são a principal via de transmissão da doença, ocorrência que se tornou rara com o rígido controle dos bancos de sangue. Atualmente, o uso compartilhado de seringas e agulhas entre usuários de drogas, assim como relações sexuais sem preservativo (camisinha) são as formas mais freqüentes de contaminação da população. Gestantes portadoras do vírus podem transmitir a doença para os bebês, sendo o momento do parto, a oportunidade em que ocorre a transmissão da doença.

Muitas pessoas são assintomáticas e descobrem que são portadoras do vírus em exames de rotina. Quando presentes, os sintomas ocorrem na fase aguda da doença e são semelhantes aos das hepatites em geral. Após a fase aguda, que pode passar despercebida, ocorre cura em mais de 95% dos adultos, porém 1 a 5% ficam com hepatite crônica. Desses, 25 a 40% podem desenvolver cirrose e câncer de fígado ao longo de décadas. Em crianças o risco de tornar-se portador de hepatite crônica é bem maior, cerca de 90% em recém nascidos e 50% da infância.

A hepatite B aguda não requer tratamento medicamentoso específico. Medicamentos sintomáticos podem ser usados ocasionalmente.

O tratamento da hepatite B crônica visa prevenir a evolução para cirrose e câncer de fígado, porém nem todos os portadores de hepatite B crônica precisam de tratamento imediato. Quando necessário, o tratamento pode ser feito com Interferon (convencional ou peguilado) ou Análogos de Nucleosídeos (lamivudina, adefovir, tenofovir e entecavir).

As principais formas de prevenir o contágio da Hepatite B são: controle efetivo de bancos de sangue, evitar o contato com sangue infectado, não compartilhar objetos cortantes e perfurantes e usar sempre preservativo nas relações sexuais.

A vacina para a hepatite B é altamente efetiva. No Brasil, a vacina está disponível gratuitamente na rede pública de saúde para todas as crianças, adolescentes e adultos jovens até 24 anos, trabalhadores da área da saúde, homossexuais, manicures e pedicures, usuários de drogas injetáveis e outros grupos de risco.

Hepatite C:

A Hepatite C é a inflamação do fígado causada pelo vírus da hepatite C (VHC), transmitido através do contato com sangue contaminado. Situações de risco são as transfusões de sangue (antes de 1993), a injeção compartilhada de drogas e os acidentes profissionais. A transmissão sexual do HCV não é freqüente e a transmissão da mãe para o feto é rara (cerca de 5%). Não são conhecidos casos de transmissão de hepatite C pelo leite materno. Apesar das formas conhecidas de transmissão, 20 a 30% dos casos ocorrem sem que se possa demonstrar a via de contaminação.

Na maioria dos casos a hepatite C é assintomática e os portadores só percebem que estão doentes anos após a infecção (vinte a trinta anos) quando apresentam um caso grave de hepatite crônica com risco de cirrose e câncer no fígado. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde no Brasil teríamos de 3,5 a 4 milhões de infectados.

O diagnóstico é feito através de exames de sangue que são: Anti HCV, HCV RNA qualitativo e quantitativo, Genotipagem, Dosagem de enzimas Hepáticas. Deve-se ainda fazer uma biópsia do fígado para avaliar o grau de acometimento do mesmo.

A progressão da doença depende de vários fatores relacionados ao vírus (viremia elevada e genótipo 1, por exemplo) e às condições do fígado (estado de imunodeficiência, o alcoolismo crônico, co-infecção com os vírus da hepatite B e do HIV, síndrome metabólica, etc.)

Ao contrário do que ocorre na hepatite B, não existe vacina para hepatite C. O tratamento está indicado principalmente nos pacientes não idosos, com alterações das enzimas hepáticas e biópsia hepática demonstrando inflamação e sinais de fibrose, sugerindo risco de progressão para cirrose.
O tratamento indicado é feito com Ribavirina e Interferon Peguilado por 24 ou 48 semanas a depender do genótipo.

É considerada resposta ao tratamento da hepatite C quando o vírus continua indetectável no sangue por mais de seis meses após suspensão dos medicamentos.

A chance de cura da hepatite C é de 50% para o genótipo 1 e de 80% para os genótipos 2 e 3. Apesar disso, o tratamento não é indicado a todos os pacientes devido ao alto índice de efeitos colaterais, alguns deles graves.

Outra classe de droga que poderá ajudar no tratamento da hepatite C são os Inibidores de Proteases, que bloqueiam a reprodução do vírus através de uma específica enzima viral. Eles, entretanto, não curam a hepatite C, mas reduzem a carga viral à zero melhorando o efeito do tratamento padrão com Interferon e Ribavirina (cura em 100% no genótipo 2 e 3 e 80% no genótipo 1).

Dr. Fabiana Campos Maia Athayde
Gastroenterologista / Hepatologista
CRM-DF 11354

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *